Presenteie com cartas de amor, ridículas

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– Filho, o que você quer de presente de Natal?

– Um cartão. Faz tempo que você não escreve para mim.

Preciso dizer que me emocionei quando meu filho, adolescente, pediu um presente tão simples como um papel com algumas palavras escritas por mim? Mas o seu pedido me fez refletir a semana inteira: faz muito tempo que não escrevo para nenhuma das pessoas que amo nem digo o quanto são importantes para mim. Por razões muito simples: nunca disseram que gostavam dos meus escritos e eu estava certa de que já sabem o quanto são importantes para mim. E se já sabem eu não preciso mais dizer.

É claro que não adianta dizer “eu te amo” e agredir a pessoa, gritar com ela, ser estúpido, mal educado e arrogante. Mas meu filho me ensinou que, embora o amor possa ser demonstrado por meio de gestos e atitudes, como acordar mais cedo e fazer o café da manhã ou trazer o chocolate preferido na volta do trabalho, ele precisa ser verbalizado também. E escrito.

Ensinamos as crianças a escreverem cartas para o Papai Noel pedindo uma boneca, uma bicicleta, um videogame, mas não as ajudamos a escrever uma cartinha para os avós, primos, irmãos ou quem quer que seja, desejando um Feliz Natal. Aprendemos e ensinamos que o amor pode ser demonstrado em forma de presente: dando uma joia, uma bolsa, uma carteira, um sapato, flores ou chocolates.

Eu, como a maioria das pessoas, gosto de ganhar presentes. E de me presentear também, diga-se de passagem. Mas quando o sapato desgasta, a roupa fica velha, o brinco sai de moda, o que sobra se não o amor que sentimos uns pelos outros? Esse, então, precisa ser dito, escrito, banalizado mesmo. A gente banaliza tanta coisa, por que não o amor que sentimos por aqueles que nos são importantes?

Para quem, como eu, economizou no “eu te amo” ao longo de 2014, aja diferente no ano que está por vir. Compre mais cartões, escreva mais cartas, dê livros com dedicatória, expresse também em palavras o que sentem. E não espere o próximo Natal para isso, faça sem hora ou data marcada.

Afinal de contas, quando os presentes que você comprou acabarem ou não servirem mais, ainda restarão as suas palavras, eternizadas para sempre numa carta ou num cartão. E elas serão a demonstração absoluta de que as coisas que mais importam nessa vida valem pouco ou quase nada e que o amor é de graça e não tem preço!

Para terminar:

  • Filho, mãe, pai, irmã, noivo, familiares e amigos, amo vocês! Se não escrevo sempre e digo menos ainda é por acreditar que já sabem, mas tentarei agir diferente em 2015.
  • Hoje o Amor Crônico completa dois anos de vida e, aproveitando o espírito natalino e o conteúdo do texto: AM, Dani e Lina, carinhosamente chamadas de amoras, vocês são muito importantes na minha vida.
  • Feliz Natal e um incrível 2015 para todos!

Texto publicado por mim no Amor Crônico no dia 25 de dezembro de 2014.

                  

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Giseli Rodrigues

Mãe do Lucas. Escritora. Professora. Revisora. Especialista em Letras, Recursos Humanos e Gestão Empresarial. Estudante de Psicologia. Chocólatra. Flamenguista. Pintora nas horas vagas. Bem-humorada. Feliz.

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