Todo dia é dia dos namorados

Quando nos conhecemos eu seria capaz de jurar que o nosso relacionamento não seria nada além de um passatempo e alguns encontros casuais. Tenho certeza que você teria jurado o mesmo. Tudo que eu menos queria era me envolver com alguém naquele momento. E você também. Não levávamos muita fé na gente e ficamos ali, sem criar expectativas sobre um futuro a dois.

Como não temos controle sobre as coisas do coração, estamos juntos. Contrariando a expectativa de amigos, familiares e, principalmente, de nós mesmos. E hoje é o nosso oitavo dia dos namorados. Lembro-me do primeiro, em Santa Catarina. Naquele dia ainda não tínhamos assumido um namoro, não houve troca de presentes e não podemos dizer que foi um jantar romântico. Mas a viagem foi divertida e o jantar também, você lembra?

Aliás, naquele dia não poderíamos imaginar muitas outras coisas que estariam por vir. Quem de nós iria prever que aquela seria a primeira viagem de muitas? Que faríamos listas dos lugares que queremos visitar? Que iríamos viver sob o mesmo teto e teríamos uma casa decorada com vários objetos comprados em viagens? Nenhum de nós. Aquela viagem foi um prenúncio que não tivemos maturidade de compreender.

Já tivemos a oportunidade de comemorar o Valentine´s Day em Londres, lembra? Comemoramos por acaso, é verdade. Percebemos que tinha corações espalhados pela cidade, o restaurante estava todo decorado e tinha um cardápio especial. Foi uma noite alegre, divertida, teve boa comida e o melhor presente que poderíamos dar um ao outro: a felicidade de conhecer mais uma cidade do mundo em boa companhia.

Alguns dizem que o Dia dos Namorados é uma data meramente comercial, que não serve de nada, que é desnecessário, que é puro capitalismo. Eu respeito a opinião de cada um e a decisão de cada pessoa comemorar a seu modo. Ou não comemorar. Cada casal, sem dúvida alguma, tem suas próprias regras, seus rituais, seus acordos e suas próprias comemorações. Só que hoje em dia eu vejo graça e beleza na possibilidade de comemorar qualquer dia com você. E o Dia dos Namorados ganhou um significado para mim.

A data é importante para as pessoas que elas devem ser gentis, dar presentes, elogiar, agradar e surpreender quem se ama. E quem não tem oportunidade de fazer isso com frequência pode fazer nesse dia. Essas mesmas pessoas podem perceber que, ainda que exista uma data específica, podem fazer de vários outros dias do ano um dia especial, feliz e dos namorados.

Podem comemorar o Dia dos namorados aqueles que ainda não sabem se estão namorando ou não, como não soubemos um dia. Aqueles que já sabem que estão namorando. Os que estão noivos. Os que são casados. Porque cada 12 de junho é diferente um do outro e ganha um significado quando estamos com quem é importante para nós.

Existe dia dos namorados em todos os meses e em qualquer dia da semana. Quer exemplos? Quando você faz um jantar à luz de velas para me receber cansada, depois de uma aula estressante. Quando se arrisca a fazer um prato novo, pois sabe que eu adoro. Quando compramos algo que o outro gosta. Quando fazemos um elogio inesperado. Quando nos divertimos. Quando escrevemos um para o outro. Quando decidimos mais um destino de viagem. Quando eu resolvo assistir um filme que não gosto e fico lutando contra o sono.

Namorar é fazer pacto com a felicidade, independente do estado civil. E sabemos: a felicidade está nas pequenas coisas, o amor só floresce quando plantamos e o melhor lugar do mundo é ao lado de quem amamos, em qualquer dia do ano.

Feliz Dia dos Namorados!

Crônica publicada, no dia 12 de junho de 2016, no Amor Crônico.

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Giseli Rodrigues

Mãe do Lucas. Escritora. Professora. Revisora. Especialista em Letras, Recursos Humanos e Gestão Empresarial. Estudante de Psicologia. Chocólatra. Flamenguista. Pintora nas horas vagas. Bem-humorada. Feliz.

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