Quando o amor acaba

Vivemos na expectativa de que o amor dure para sempre e quando estamos apaixonados temos certeza disso. Imaginamos-nos de mãos dadas até que elas fiquem bem enrugadas, os cabelos branquinhos, o corpo já frágil e os passos bem vagarosos. Mas o experiente poeta já nos alertou dizendo que “seja eterno enquanto dure”, porque às vezes não dura para sempre.

Todos nós já vivenciamos relações que não deram certo. E o que um novo amor traz de mais bonito é justamente a crença que desta vez tudo vai ser diferente. Que o amor é maior, mais bonito e durará eternamente. Acreditamos nisso até o momento que tudo acaba novamente. De novo. Mais uma vez. Ainda que seja por motivos diferentes, a probabilidade de um amor acabar é sempre maior do que a de que ele dure até que a morte os separe.

A realidade cotidiana nos mostra isso todos os dias. Mas quando é que começa o início do fim? Quando alguém tem certeza de que é hora de virar a página, mudar de rumo e seguir o caminho sozinho outra vez? Cada um de nós tem suas próprias respostas. O que pode ser imperdoável para uma pessoa não é para outra. E, além disso, quando amamos alguém toleramos coisas que juramos jamais aceitar.

As pessoas são muito mais do que aparentam ser e mesmo a convivência não nos permite conhecê-las em sua totalidade. Simplesmente porque todas as pessoas, inclusive nós mesmas, nunca nos conhecemos verdadeiramente. Portanto é difícil saber se a pessoa nos ama da mesma maneira que nós a amamos. Ou ainda nos ama.

O importante é viver o amor sem imaginar que um dia ele chegará ao fim, é tornar cada dia uma linda e agradável surpresa, é ter interesse genuíno no outro, é amar e se deixar amar sem medo do futuro. Mesmo que uma voz insista em dizer baixinho, ao pé do ouvido, que é preciso ter cuidado com a felicidade, pois nada dura para sempre.

Alguns amores duram sim. E talvez o seu seja um deles. Mas se algum dia você descobrir que não é, e a pessoa quiser ir embora, não se culpe. O amor não é uma equação matemática. Quando se trata de relacionamentos, nunca sabemos quais ações levam a tais resultados.

A vida é feita de começos, meios e fins. A dor e o sofrimento estão ali, lado a lado com o amor e a felicidade. Viver é experimentar e lidar com todas as emoções, sensações e desatinos. E reconhecer que o amor pode ser amargo às vezes.

Crônica publicada no Amor Crônico em 01 de agosto de 2016.

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Giseli Rodrigues

Mãe do Lucas. Escritora. Professora. Revisora. Especialista em Letras, Recursos Humanos e Gestão Empresarial. Estudante de Psicologia. Chocólatra. Flamenguista. Pintora nas horas vagas. Bem-humorada. Feliz.

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