Nunca é tarde demais

Constantemente as pessoas desistem de alguma coisa que gostariam de fazer por acreditar que não é o momento, que não convém, que não pega bem. Culpam a idade. Culpam o estado civil. Culpam os cuidados com os filhos. Culpam os pais. Culpam qualquer um e qualquer coisa, porque precisam encontrar desculpas para justificar o porquê estão de braços cruzados enquanto deveriam estar caminhando em busca de seus objetivos.

O objetivo pode ser começar um curso, terminar a faculdade, aprender a tocar um instrumento, fazer um intercâmbio, aprender a dançar, entrar numa aula de idiomas, ir ao cinema sozinho, experimentar uma comida diferente, aprender a cozinhar, abrir o próprio negócio, mudar a carreira, casar, descasar, trocar de carro, aprender a dirigir, meditar, encontrar a espiritualidade, se conhecer melhor, fazer uma festa.

Não importa qual seja o desejo. Não importa se parece grande ou pequeno. Não importa se custa muito ou pouco dinheiro. Não importa se exige muitas horas de dedicação ou quase nada. Se os sonhos permaneceram vivos com o passar do tempo talvez tenham mesmo que sair do campo da imaginação e serem colocados em prática. Nem que seja para verificar que foi tempo perdido desejar alguma coisa por tanto tempo.

A maioria das pessoas responsabiliza a idade por não colocarem em prática suas vontades. “é tarde”, “deveria ter feito quando jovem”, “isso não é coisa de velho”, “já passei da idade”, “deveria ter feito antes”. Deveria, mas não fez. Podia ter feito, mas não fez. Por que vai desistir?

No entanto, é cada vez maior o número de idosos iniciando uma graduação, viajando sozinhos, fazendo intercâmbio, aprendendo um idioma, se arriscando em passos de dança, tocando um instrumento, tendo filhos, praticando esportes. Li recentemente que uma mulher de 103 anos (isso mesmo: 103!) concluiu o doutorado. E estão felizes. Ou foram mais felizes e realizados depois que realizaram seus desejos ou se prontificaram a fazer algo novo. Porque  por mais que se tenha vivido, sempre há algo novo para fazer.

Hoje, com a expectativa de vida cada vez maior, nunca é tarde para começar o que quer que seja. Não podemos impor limites e faixa etária para nossos projetos. Idade é só um número. Coisa de jovem ou coisa de velho é só uma convenção social. Cada um de nós tem o seu próprio tempo e o seu próprio ritmo.

Os sonhos nunca envelhecem.

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Giseli Rodrigues

Mãe do Lucas. Escritora. Professora. Revisora. Especialista em Letras, Recursos Humanos e Gestão Empresarial. Estudante de Psicologia. Chocólatra. Flamenguista. Pintora nas horas vagas. Bem-humorada. Feliz.

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