Não esconda os seus sentimentos

Você olha para a pessoa e ela está lá: sempre serena, prática, inabalável. Nada a desespera. Está sempre calma e confiante de que no final dá tudo certo. Um equilíbrio emocional invejável. É a ela que as pessoas recorrem quando estão com problemas, quando precisam desabafar ou quando precisam de um pouco daquela serenidade toda.

Uma pessoa que não se abala nunca. Isso existe? Arrisco afirmar que não. Pode ser que esteja aparentemente forte e confiante por fora, mas em frangalhos por dentro. Pessoas, todas elas, têm problemas, angústias, inseguranças, medos e desejos. Mas algumas estão proibidas, muitas vezes por elas mesmas, de demonstrar seus sentimentos.

É mais forte quem não consegue chorar? É fraqueza demonstrar o que sente? É errado afirmar que nem sempre está bem? Não, não é. Ainda que não tenhamos que expor todos os nossos sentimentos para toda e qualquer pessoa, não é saudável demonstrar uma coisa diferente do que há dentro de nós.

Pessoas assim ficam sobrecarregadas, soterradas em seus próprios problemas, inseguranças e medos, sem recorrer a um ouvido amigo, porque acreditam que isso é fraqueza. E, escondendo seus próprios sentimentos, se distanciam deles e pouco a pouco são incapazes de perceber o que sentem verdadeiramente.

Algumas pessoas criam máscaras ao longo da vida que as impedem de conhecer a si mesmas. Ficam cada vez mais longe do que são, do que querem, do que desejam e chegam a esquecer do que gostam. Viram personagens. Não podem ter reações diferentes daquelas pelas quais são conhecidas.

Esconder os próprios sentimentos, ainda que em algum momento pareça o melhor a ser feito, em longo prazo pode ser uma armadilha perigosa. Ao negar a existência de um sentimento deixamos de refletir sobre ele e compreender quem somos.

Quais sentimentos você finge não sentir?  Em que momentos você prefere ignorar seus sentimentos e colocá-los em segundo plano? O que você deseja quando aparenta algo diferente do que está sentindo? Você sabe reconhecer o que sente?

Não esconda seus sentimentos. Não de você mesmo. Você precisa ser a sua melhor amiga, confidente e companheira. Precisa reconhecer suas fraquezas e pontos fortes. Precisa entender que vai passar por mudanças ao longo da vida. E,  ao continuar sendo sempre a mesma pessoa, não estará sendo você mesmo.

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Giseli Rodrigues

Mãe do Lucas. Escritora. Professora. Revisora. Especialista em Letras, Recursos Humanos e Gestão Empresarial. Estudante de Psicologia. Chocólatra. Flamenguista. Pintora nas horas vagas. Bem-humorada. Feliz.

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