Eu sou mãe. E, sem falsa modéstia, uma boa mãe. Posso afirmar que a maior parte do que dizem por aí sobre maternidade é clichê. Da pior espécie. Para início de conversa, o melhor presente que uma mãe pode ganhar está longe de ser o seu rebento.
Não quero parecer insensível, mas ser mãe é uma função. Diária, contínua e eterna. O melhor presente é descobrirmos a nós mesmas, continuamente. Sempre e um pouco mais a cada dia. Ser mãe é mais do que ensinar, é aprender.
Aprendemos a enxergar o mundo sob uma nova perspectiva, ficamos deslumbradas com pequenas coisas, achamos graça do que ninguém vê, interpretamos gestos e revemos todos os nossos valores. Que tudo muda o tempo todo, todos sabem – mas só as mães são capazes de sentir.
Só hoje eu entendo a razão pela qual os meus pais compravam presentes para mim e para a minha irmã no Dia dos Pais e das Mães: “se vocês não existissem essa data não teria sentido”, dizem todo ano, duas vezes. Voltávamos felizes da loja, sorridentes e saltitantes. Eles também.
Eles nos presenteavam, porque os tornamos melhores. Só os filhos são capazes de ensinar sem repreender ou impor. Filhos mostram uma nova maneira de encarar a vida, com mais responsabilidade e menos seriedade, porque a vida é uma festa. Crianças sabem disso.
Comprem presentes, escrevam uma carta, mandem um torpedo, dêem beijos e abraços. Ature aqueles familiares chatos, perguntando porque você não se casou, ou porque não teve filhos ou porque isso ou aquilo. Família é tudo igual, vocês sabem. Almoço de domingo também. Mas Dia das mães é uma vez por ano.
Mãe merece. Por favor, não façam valer o discurso de que a data foi criada apenas para alavancar as vendas (embora tenha sido mesmo), porque de presente todo mundo gosta!
Tenham todos um Feliz Dia das Mães!
Update:
O que parecia impossível aconteceu: terminei a monografia.
Vou comemorar hoje, amanhã e depois.
Sexta-feira que vem também!