Desde criancinha eu torço pela Portela. Não tenho uma explicação para isso. Eu gosto da Portela e pronto. Sofri quando ela quase foi rebaixada. E já passei noites acordada para vê-la desfilar. Em 1991 fiquei encantada com a Mocidade Independente de Padre Miguel. Chuê Chá, as águas vão rolar. Sei o samba na ponta da língua. Ele ainda está na minha memória. Aquele carro alegórico, cheio de água e várias crianças também guardei. Mas segui portelense. Coisas do coração. Meu carnaval é azul e branco. Mas está longe, muito longe, de ser Beija Flor. E, sim, achei uma injustiça esse resultado de hoje. A Portela estava linda, linda, linda, como há muito eu não via. Mas o título deveria ser para a vermelho e branco de Niterói. Viradouro. Carros alegóricos que pareciam ter vida própria. Muitas cores. Carro de cabeça pra baixo. Fogos de artifício na saia da porta-bandeira. Um verdadeiro espetáculo. Mas parece que ninguém se deu conta. Ou melhor, os jurados. Que preferem a mesmice de sempre.
Foi-se o tempo em que a voz do povo era a voz de Deus.
O título é da Beija-Flor…