Imagina o que ganhei de presente de 11 anos? Um pacote de absorventes! Explico: digníssima e fiel companheira, a menstruação, resolveu vir para minha festa de aniversário. É, foi realmente inesquecível, embora não tenha sido um vexame, pois a festa ainda não tinha começado. Quer dizer, posso classificar como vexame minha mãe, toda boba, falando para todo mundo que chegava: “minha filha é uma mocinha!”?
Muitas menstruações depois confesso que ainda estou aqui aprendendo a ser uma mocinha. Nunca sei quando a visita vai chegar e a qual festa ela deseja ir, até porque, já perdi algumas devido a cólicas insuportáveis. Acho que ela é ciumenta. E isso me deixa com um mal humor dos infernos!
Hoje, por exemplo, ela chegou sem aviso. Quer dizer, estou sendo injusta com ela. Eu deveria saber a data exata do nosso encontro, mas eu sempre esqueço. Sou incapaz de perceber que minha hipersensibilidade é um aviso seu. Que as dores são um aviso seu. Que a raiva é um aviso seu. Que o mal humor é um aviso seu. Todo mês é a mesma coisa, mas ainda não aprendi.
(Será que um dia eu aprendo a ser mocinha?)