Quando cursava Letras, na UERJ, tive a oportunidade de estagiar na Assessoria de Comunicação. O cotidiano, dentre outras atividades, envolvia escrever releases, elaborar press kit, atender e fornecer material institucional para jornalistas, selecionar matérias para o clipping, organizar eventos, redigir para jornal institucional e jornal mural. Eu adorava o que fazia.
No entanto, os funcionários passaram a questionar se as matérias veiculadas sobre a empresa nos meios de comunicação eram verdadeiras. Queriam saber o que estava acontecendo, quais os rumos da organização. Alguns se sentiam traídos por saber pelos jornais informações sobre a empresa em que trabalhavam. E, ao invés, de ignorar a insatisfação deles eu fui estudar Comunicação Interna.
Tínhamos um jornal-mural bem aceito pelos funcionários, que colaboravam com textos, sugestões e perguntas, mas tivemos humildade para perceber que isso não era o bastante. Implantamos o Serviço de Atendimento ao Cliente Interno, passamos a organizar eventos para os funcionários, entrevistá-los para o jornal interno, divulgar antes para o público interno tudo que informaríamos à imprensa, a fazer pesquisa de clima organizacional, manuais e cartilhas para os funcionários e muitas outras ações que tinham como objetivo fazer com que os funcionários conhecessem a empresa em que trabalhavam.
Os funcionários, pouco a pouco, passaram a se sentir valorizados, percebiam a contribuição que davam para o sucesso da empresa, compreendiam melhor o seu papel na organização e passavam a se sentir parte do negócio. Em paralelo a isso, percebemos que o número de clientes reclamando do atendimento diminuía, assim como o absenteísmo, comunicados de indisciplina e turnover. Eu só conseguia pensar que nosso trabalho estava dando certo e que esses dados não eram mera coincidência.
Cada vez mais envolvida com Comunicação Interna, decidi fazer MBA em Gestão de Pessoas. Queria entender de gente e estava certa de que conhecer essa área me ajudaria a desenvolver um trabalho mais eficiente e eficaz. Acertei. E me apaixonei por RH. Chegava a conclusão de que um brilhante trabalho de Comunicação Interna dependia também de um alinhamento estratégico com a área de Gestão de Pessoas. E mudei para essa área. Mas isso é tema para outro texto.
Acredito na Comunicação Interna como um fator de difusão de cultura importantíssimo nas organizações. Capaz de engajar, motivar e conquistar a confiança dos funcionários e, por isso mesmo, a área de Gestão de Pessoas tem muito a contribuir. Se as empresas atingem resultados através das pessoas que nela trabalham, devem respeitá-las e valorizá-las.