Dentre as muitas coisas boas de dezembro uma delas é que as pessoas dizem que vão marcar alguma coisa e marcam mesmo. A agenda fica lotada de confraternizações: com os amigos de infância, colegas de escritório, turma da faculdade, familiares. E é praticamente impossível pensar em final de ano sem pensar em amigo-oculto.
É clichê, é batido, muitas pessoas não gostam da brincadeira, mas ela resiste. Apesar do trabalhão que dá: desde agendar uma data que todo mundo possa, a definir o valor do presente, passando pelo estilo de festa. E se o grupo sobrevive a isso sem brigas, existe amizade ali. E amizade sempre vale a pena.
Eu não faço ideia de onde surgiu essa brincadeira, quando nem quem a inventou. Só sei que todo ano sou convidada para mais de um amigo-oculto e por mais tímida que eu seja, por mais que nunca saiba dizer nada sobre a pessoa que sorteei, dificilmente me recuso a participar.
Para ter uma ideia, o mês está na metade e já participei de dois. Outros dois estão agendados para a próxima semana. Mas confesso que essa não é minha brincadeira preferida e que já tive péssimas experiências na infância, como por exemplo, ganhar um porta-joias enquanto todo mundo ganhou brinquedo.
Aliás, amigo-oculto é uma ótima maneira de ensinar as crianças a lidar com as frustrações, já vi muitas chorarem depois de ganhar o presente. Isso ensina que nem sempre os outros vão adivinhar seus pensamentos e mesmo falando com todas as letras o que deseja talvez não seja atendido. A vida é assim.
Amigo-oculto de livros, de chocolate, de havaianas, não importa. Importa é o pretexto para desejar felicidades àqueles que conviveram conosco o ano todo ou que não vemos durante os outros dias do ano, mas fazem parte da nossa história. E isso faz valer a brincadeira, mesmo que ela seja, na verdade, muito sem graça.
Boas festas!
Texto publicado por mim no blog Amor Crônico em 14 de dezembro de 2014.