Ah, como eu gosto de dezembro! Mês da esperança, das promessas, dos planos, da renovação, de fechamento de ciclo, de festas, de encontros, de amigo-oculto, de doação, de presentes, de guloseimas. E também de dizer que o ano passou muito rápido, já é Natal e nem foi possível cumprir tudo o que foi combinado com a gente mesmo.
Dezembro é o mês da solidariedade. Envolvidos com as compras para ceia e os presentes de papai Noel, nos damos conta de que nem todas as mesas serão fartas como a nossa e nem todas as crianças ganharão presente do bom velhinho. Isso nos faz prestar mais atenção nas pessoas desabrigadas que fazem parte da nossa paisagem cotidiana, participar de campanhas beneficentes, comprar presentes e material escolar para crianças carentes, porque somos invadidos por uma vontade imensa de ajudar.
Dezembro é o mês das festas. Fazemos de tudo para encontrar os amigos, de longe ou de perto, e celebrar a amizade. Não importando se é segunda-feira, pós-expediente, porque se não foi possível um encontro presencial durante o ano todinho, tem que acontecer de qualquer jeito. E dezembro quebra a rotina do ano, fazendo com que todos os dias sejam dias de festa.
Dezembro é o mês da família. Dizem que todas são iguais, mas a nossa é sempre mais especial. Mesmo que durante a ceia tenha sempre um comentário inconveniente, uma tia chata e alguém sem noção, não seríamos o que somos se não fosse a existência delas em nossas vidas. Mais do que convenção social, estar com os familiares é um reencontro com o que somos, uma oportunidade de dizer o quanto amamos cada um deles e aproveitar a presença de cada um enquanto estão entre nós.
Dezembro é o mês da saudade. Durante todo o ano sentimos falta das pessoas que estão distantes e daquelas que se foram desse plano, mas em dezembro, com tantas festas e comemorações, é impossível ignorar a falta que fazem. Alguns dos meus amigos nem gostam de Natal e Ano-Novo. Outros fazem questão de comemorar, porque as pessoas que amavam adoravam as festas. Cada um reage de um jeito, mas é impossível ficar indiferente nessa época do ano.
Dezembro é o mês dos planos. Fazer atividade física, ver mais os amigos, gastar menos dinheiro, fazer dieta, casar, viajar, mudar de casa, aprender um novo idioma, começar o curso tão desejado, fazer trabalho voluntário, prestar mais atenção nos filhos, ler mais livros, se estressar menos. Fazer planos nos dá um novo ânimo e uma vontade imensa de recomeçar.
Dezembro é o mês de renovar a fé. Independente da religião, ou da ausência dela, pensamos nas gerações futuras, no mundo que iremos deixar e reacendemos nossa fé na humanidade. Cristãos fazem vigília, rezam, oram e têm um motivo a mais para acreditar que tudo deveria ser melhor: o Natal, aniversário de Jesus.
Dezembro é o mês do recomeço. Decidimos abandonar as promessas quebradas, deixar para trás o relacionamento fracassado, as pessoas que não nos acrescentam em nada e tudo aquilo que não nos faz mais feliz. Queremos virar a página, mudar o rumo, começar de novo. Cuidar do nosso caminho e lutar com todas as forças para sermos felizes.
Dezembro é a sexta-feira do ano. Tempo de prometer que em janeiro, nossa segunda-feira, será diferente. Tempo de curtir os amigos, as festas, reavaliar tudo que aconteceu de bom ou ruim durante os outros meses e prometer agir diferente com o que for de nossa responsabilidade. Conhecemos bem os caminhos pelos quais não desejamos voltar e nos enchemos de força para construir uma história mais bonita, feliz e alegre, do jeitinho que merecemos.
Deixe-se emocionar pelo mês de dezembro, fique triste com a ausência das pessoas amadas, aproveite as festas. Permita que o último mês do ano seja a preparação para um ano incrível. Porque nós merecemos sempre o melhor da vida!
Texto publicado no Amor Crônico em 6 de dezembro de 2015.