Um dos piores “crimes” que as pessoas cometem no cotidiano é não se apaixonar pelo outro da mesma maneira que o outro se apaixona por ela. É uma frustração imensa perceber que o outro não quer a sua companhia, não quer seu carinho, não quer compartilhar o seu dia a dia, não quer manter uma relação estável e apaixonada.
Infelizmente, não existe muito o que fazer quando o sentimento não é correspondido. Por mais que doa o melhor é continuar o caminho sozinho. No entanto, muitas pessoas decidem insistir: ligam, mandam e-mails, aparecem de surpresa, compram presentes, chamam no bate-papo, enviam flores, fazem convites e uma série de outras coisas que afastam mais ainda o ser amado.
Quando a gente ama tudo que o outro faz é lindo, romântico e enche o nosso coração de alegria, mas quando não estamos a fim qualquer iniciativa é só chatice, perseguição e falta de bom senso. Persistir é uma atitude compreensível, mas saber a hora de desistir é louvável. Se a pessoa não agradece os presentes, não responde as mensagens e por mais que seja educada nunca aceita seus convites, desista.
Amor não se implora. Ninguém ama por obrigação. Ninguém ama porque o outro quer. O amor acontece. É simples, descomplicado, fácil, acessível, mútuo, correspondido e não precisa de desgaste e sofrimento. Se é preciso insistir, remoer, pedir e implorar não é amor. E é melhor aceitar isso.
Enfiaram na nossa cabeça que é preciso “lutar por amor”, mas se há necessidade de lutar por alguém não é amor. Amor é reciprocidade, parceria e união. Os dois precisam batalhar, cotidianamente, pelo relacionamento. Não dá para uma pessoa brigar pelos dois, amar pelos dois, viver um relacionamento pelos dois.
O fim de um amor é doloroso. Se interessar por alguém e não ser correspondido é frustrante. Mas é preciso entender que o outro tem o direito de não voltar atrás ou não tentar um relacionamento novo. E é necessário respeitar isso.
Portanto, aceite que não é não. Siga em frente. Percorra outros caminhos. E, quem sabe, descobrirá um novo amor por outras estradas.
Crônica publicada no Amor Crônico em 26 de setembro de 2016.