Esta semana revi o filme “500 dias com ela”. Um homem e uma mulher se envolvem. Ela avisou, com todas as letras, que não queria um relacionamento sério com ninguém. Viveram momentos felizes. Ele se apaixonou. Ela terminou com ele e disse que queria só sua amizade. Tempos depois ela casa. Com outro. Na última cena do filme há um diálogo fantástico:
Ele: Você nunca quis ser a namorada de ninguém e agora é a esposa de alguém…
Ela: Me surpreendeu também.
Ele: Acho que nunca vou entender. Quer dizer, não faz sentido.
Ela: Só aconteceu.
Ele: É, mas é isso que não entendo. O que só aconteceu?
Ela: Só acordei um dia e soube.
Ele: Soube o quê?
Ela: O que eu nunca tive certeza com você.
Em que momento você teve certeza que a pessoa com quem você está é exatamente a pessoa com quem deveria estar? É difícil traduzir sentimentos em palavras. Mas uma hora ou outra acontece alguma coisa dentro da gente. E nessa hora fica claro se é para valer. Ou não. Se é perda de tempo. Ou se vale todo tempo perdido olhando para o nada com aquela pessoa.
Alguns demoram meses para perceber que estão diante de um amor que vale ser vivido. Outros percebem logo. Alguns precisam de um desentendimento ou uma briga para sentir um medo enorme de perder e, assim, ter certeza dos seus sentimentos. Há quem perceba quando encontrou a pessoa certa quando não imagina mais a vida sem ela, a inclui em todos os planos e compartilha seus sonhos. Outros simplesmente acordam um dia e, do nada, sentem que dessa vez é diferente.
Não importa como cada um descobre se está ou não diante do amor da sua vida. O importante é que descubra. Ou melhor, que dê atenção aos seus sentimentos, que ouça o que diz o coração, que perceba os sinais. Somos criativos o bastante para criar verdadeiras histórias de relacionamentos que mal são correspondidos.
Às vezes está tudo ali diante dos olhos de quem tiver coragem de ver. Mas muita gente prefere se iludir a aceitar que o outro não está na mesma sintonia, não corresponde igualmente aos seus sentimentos, não quer o mesmo que você, está em outra fase, outro momento, tem outra pessoa e até mesmo já explicou que não quer nada sério.
Quando tem que ser a gente sabe. Cedo ou tarde a gente sabe. De uma maneira difícil de explicar, mas fácil de entender, a gente sabe. Todas as dúvidas se dissipam. Fica só a certeza de que tinha que ser com aquela pessoa e nenhuma outra. Como a personagem do filme, a gente acorda e sabe.
Por tudo isso, não se preocupe: quando for amor você saberá.
Crônica publicada no Amor Crônico em 12 de dezembro de 2016.