Eu não conheço todos os cantos do Brasil, nem tampouco do mundo. Mas posso afirmar que, ao menos no Rio de Janeiro, a pontualidade não é o forte das pessoas. Seja no âmbito pessoal ou profissional, os atrasos são constantes. Acontecem todos os dias.
Não raro eu sou a primeira a chegar às reuniões, encontros e festas. Lembro uma vez que até ajudei a arrumar decoração de aniversário infantil, porque a família ainda estava montando tudo e os convidados nem sequer haviam chegado. Foi quando eu me dei conta de que, em festas, chegar no horário agendado é uma gafe.
A impressão que tenho é que as pessoas marcam um compromisso uma hora antes para que as pessoas cheguem no horário correto. Mas elas se atrasam assim mesmo. Não importa quão tarde seja o compromisso agendado, tenha certeza que os convidados, inevitavelmente, vão se atrasar.
Para evitar situações como essa hoje eu procuro sair de casa no horário marcado – e não chegar na festa no horário marcado, entende? – para não ser a primeira da festa. E pasmem: muitas vezes continuo sendo a primeira.
Às vezes chego a pensar que me convidam para segurar a mesa ou marcar o lugar, porque não faz sentido algum a pessoa que escolheu horário e local chegar atrasada. Ainda tenho dificuldade de compreender a impontualidade das pessoas.
Imprevistos acontecem. Em alguns momentos é inevitável se atrasar. Mas até nisso quem prega pela pontualidade age diferente: procura avisar, se preocupa. Os impontuais julgam que não devem explicação nenhuma, que desrespeito ao horário é flexibilidade e que todos estarão à sua espera. O tempo que for.
Diante de tudo isso eu fico encantada com pessoas que cumprem horários. Você combina em frente ao cinema às 16h e a pessoa está lá. Agenda uma reunião às 10h e ela começa às 10h. Marca uma ligação às 19h e adivinha? A pessoa liga! É raro e lindo de ver! Chega a ser emocionante.
Pontualidade, para mim, é sinal de educação. Sinal de que a pessoa se compromete com o combinado, valoriza o tempo do outro, cumpre prazos, sabe se organizar e se planejar. Não deve ser uma preocupação apenas para compromissos profissionais. Mas para a vida.
Embora seja difícil de enxergar, todas as pessoas, além de você, tem muito mais a fazer do que ficar te esperando.
[…] publicada no blog pessoal de Giseli Rodrigues no dia 22 de dezembro de […]