É fácil olhar para o lado, ver os casais que conhecemos felizes, os vizinhos sempre alegres, e julgarmos que todos têm relacionamentos perfeitos. Mas a verdade é que, longe dos nossos olhos e dos demais observadores, todos os casais passam por problemas. Divergências sobre a educação dos filhos, dificuldades financeiras, intromissão de familiares, planos que não convergem, diferentes prioridades.
Desconfio, no entanto, que os casais mais felizes – e não os que aparentam ser felizes – estão acostumados a resolver suas divergências com discrição, priorizam a relação que construíram e procuram concentrar suas energias nos pontos positivos ao invés de procurar defeitos um no outro. Na hora da dificuldade, do desentendimento e da crise, de nada adianta encontrar mais razões para brigar.
Todos os casais passam por momentos de tensão. Todos. Mas alguns têm mais maturidade e, principalmente vontade, de ultrapassá-los, aprender com eles e viver harmoniosamente com quem escolheu para compartilhar a vida. Talvez seja isso o verdadeiro amor: não sentir vontade de ir embora em meio ao caos, chegar em um acordo, procurar o melhor para cada um e para a relação.
Não existe milagre quando se trata de relacionamento. Existe vontade, dedicação, atenção, comprometimento. De ambos. Infelizmente, por maior que seja o amor, uma pessoa não é capaz de amar pelos dois. Nem fazer pelos dois. Nem viver a relação pelos dois. Amor tem que ser na medida certa.
Quando as pessoas valorizam a relação são capazes de assumir a responsabilidade que têm sobre os problemas que vivenciam, pedem desculpas, mudam o comportamento. Ficam magoados, brigam, discordam, mas não ficam presos a rancores. Olham sempre em frente, certos de que o melhor da relação ainda está por vir. E construir!
Antes de elogiar o casal que parece sempre alegre, de invejar uma relação aparentemente perfeita, sonhar com uma família de comercial de margarina, responda com toda honestidade: o que você tem feito para fazer com que o SEU relacionamento seja feliz?
Viva o relacionamento que deseja.
Crônica publicada no Amor Crônico em 03 de abril de 2018.