Assisti, recentemente, o documentário “Muito além do peso” (Brasil, 2012), dirigido por Estela Renner que aponta a epidemia de obesidade infantil e, desde então estou recomendando para todo mundo. O filme é impressionante. E necessário.
Conhecer a história de várias crianças que apresentam problemas de coração, respiração, depressão e diabetes tipo 2 em decorrência da má alimentação é chocante. Saber que há muitas outras na mesma situação é desesperador. E, diante disso, o filme nos leva a refletir sobre o papel e envolvimento do governo, dos pais, das escolas, da publicidade e da indústria alimentícia em relação a obesidade.
O filme contextualiza de forma aspectos importantes da dinâmica político-econômica na obesidade infantil. E não dá para ignorar que ter o que comer todos os dias, no país que vivemos, é um privilégio, mas comer adequadamente é um luxo. Há ignorância em relação a alimentação? Muita. Mas há falta de tempo e dinheiro para preparar lanches saudáveis para os filhos, há refeitórios escolares com comida industrializadas e cantinas cheias de biscoitos, salgados e refrigerantes. É comida ruim para todo lado.
Embora fale dos problemas da má alimentação para as crianças – que terão consequências por toda a vida – serve para qualquer um de nós que, inevitavelmente, precisa comer todos os dias. Fazemos as melhores escolhas? Sabemos o que estamos ingerindo? Preparamos nosso alimento? Oferecemos opções saudáveis para a nossa família?
Nem todas as pessoas podem escolher o que comer, muitas nem sequer comem todos os dias. Nós, que podemos, estamos nutrindo nosso corpo ou o envenenando? O que comemos hoje influenciará na nossa saúde. Diretamente.
“Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”
Hipócrates