Alma gêmea, metade da laranja, nascidos um para o outro, destinos traçados na maternidade. A maior parte das pessoas, quando se apaixona, quer acreditar que o seu romance estava escrito nas estrelas, é mágico, especial e único. E isso torna tudo mais bonito, não é mesmo?
Não podemos negar que o amor é, sim, uma grande potência. Mas almas gêmeas são construídas dia a após dia. Toda empolgação do começo muitas vezes não dá em nada. E por diversas razões: havia só interesse de conquistar, as pessoas não estavam sendo verdadeiras, mas, sobretudo, muitas pessoas não estão dispostas a investir em uma relação.
Você até pode gostar de alguém à primeira vista e no primeiro encontro jurar que encontrou a pessoa certa, mas, para ter certeza, vai precisar encontrar outras vezes. Vai precisar investir seu tempo, abrir suas emoções, se envolver e permitir que o outro faça o mesmo.
Mas até que ponto as pessoas que reclamam que não encontram sua cara metade desejam viver um relacionamento longo? Somos educados a acreditar que vivemos melhor quando acompanhados, que todos devem se casar, ter filhos e constituir uma família. E muitos não
Por mais que o mundo tenha mudado, algumas pessoas permanecem casadas, ainda que infelizes, para não serem consideradas fracassadas diante de uma separação. E muitas nem chegam a criara vínculos duradouros com medo de dar errado. Ou porque não encontraram alguém que valha a pena compartilhar a vida.
Alma gêmea existe. Desde que você compreenda que ela é uma pessoa comum, com qualidades e defeitos, sem dons especiais e sem poderes mágicos. É uma dessas tantas pessoas loucas que, apesar de tanto ódio no mundo, apesar de tantas decepções e desilusões, continua acreditando que o amor vale a pena. E sempre valerá.
Você é uma alma gêmea?
Crônica publicada no Amor Crônico em 17 de fevereiro de 2020.