Quando ouço os relatos de pessoas conhecidas sobre a infância eu tenho certeza que fui uma privilegiada. Meus pais não me batiam, a minha casa era cheia de doces, eu brincava de fazer pão com massa de verdade, tive vários animais de estimação, fiz piquenique, brinquei de pique, ganhava gibi da Turma da Mônica todo domingo, tive álbuns de figurinhas, ia ao cinema e visitei vários pontos turísticos. E em datas comemorativas eu escolhia os meus presentes!
Posso descrever milhares e milhares de coisas boas, mas, ainda assim, eu não sinto a mínima saudade da criança que fui um dia. E não gostaria, nem por um minuto, de voltar a minha infância. Acho que uma coisa que meus pais me ensinaram bem – ainda que não saibam disso – é que devo aproveitar cada fase, cada idade, cada época, porque cada uma é única e especial.
Não sinto saudade dos brinquedos, das festinhas, da época de escola e, diferente de muitos pais, também não tenho a mínima saudade de quando o meu filho era criança. Talvez pela certeza de que aproveitei o melhor que pude e que o respeitei como pessoa desde o primeiro dia de vida. Porque desde pequena, antes de qualquer coisa, eu fui respeitada.
Então hoje, no Dia das Crianças, faça com que aquelas que convivem com você tenham boas lembranças no futuro, mas segurança o bastante para saber que serão felizes em qualquer idade. Ouça o que os pequenos têm a dizer, dê bons exemplos, não imponha suas vontades nem insista para que vivam de acordo com suas verdades. Educar não é impor, nem gritar, nem utilizar de autoritarismo. Acredite.
O amor, o cuidado, o respeito e o valor que damos à infância são capazes de transformar as crianças em pessoas melhores para o mundo. E estamos precisando disso.