A maior parte das pessoas, para não dizer todas, tem uma história de desilusão amorosa para contar. De relacionamento conturbado, não correspondido, mentiras, traições. Relacionamento é coisa difícil de dar certo. E, até que dê, vamos colecionando mágoas, marcas, traumas e histórias.
Qualquer que seja a história de amor malsucedida, ela não pode nos impedir de olhar para frente e acreditar que o amor é uma coisa boa. Muitos ficam com medo de amar de novo e evitam se relacionar para não sofrer, não chorar, não se desiludir. Ainda que compreensível, evitar se relacionar por medo de se decepcionar é deixar de viver.
Viver é experimentar vários sentimentos e sensações. Ter momentos felizes e infelizes. Lidar com ciúmes, inseguranças, medos, desconfianças, começos e fins. Ninguém é feliz o tempo todo. Mas há os que escolhem olhar a vida com leveza enquanto outros preferem carregar o peso de uma vida amarga.
No amor também é assim: existem aqueles que acreditam que amar é sofrer e nunca terão um relacionamento feliz, e outros que acreditam que o amor é bom e fazem de tudo que está ao seu alcance para fazer com que seu relacionamento dê certo. E, neste caso, as frustrações podem servir de aprendizado.
Amores devem fazer bem. Pessoas podem ser felizes juntas. Um relacionamento pode trazer enriquecimento pessoal. Mas o amor não chega para quem tem medo, para quem não acredita e vive desconfiando que coisas boas nunca irão lhe acontecer.
Amor é bom quando é leve. Quando só a companhia basta. Quando trocas de olhares são capazes de comunicações incríveis. Quando o casal aprende junto. Quando há respeito. Quando a simples presença faz feliz. Quando há mais risos do que lágrimas. Quando um cuida do outro. Quando as pessoas cuidam de si mesmas para não sobrecarregar o outro.
O amor não tem que ser um fardo, um peso, um status de relacionamento. Não exige esforço para vivê-lo. Simplesmente faz parte da vida e da rotina. Torna as coisas mais fáceis. Mas, sinto dizer: um amor leve não chega para pessoas pesadas. E nem para aquelas que estão com medo de viver.
Crônica publicada no Amor Crônico em 21 de novembro de 2016.