Lion: uma jornada para casa

Eu gosto de filmes que façam chorar, com os quais me emociono, repenso a vida e, ao final, posso agradecer por viver a minha rotina simples e sem sobressaltos. Drama é, sem dúvida, o meu gênero preferido. Quando baseado em fatos reais ganham ainda mais a minha admiração.

Só contextualizei para dizer que, dificilmente, eu não iria gostar de Lion – uma jornada para casa. E eu sabia disso. Pela sinopse ele reunia tudo que gosto num filme e, para completar, era indicado ao oscar. Mas o filme é tão lindo que arrisco dizer que até os menos sensíveis que eu, os que torcem nariz para drama e não gostam de ver tristeza irão gostar.

A história impressionante relatada no filme aconteceu mesmo: Saroo, o personagem principal, se perdeu aos 5 anos de idade, foi parar em Calcutá, passou por muitas dificuldades nas ruas, foi levado para um orfanato e adotado por um casal australiano. Vinte anos depois ele começa a procurar pela sua origem, usando o Google Earth, sem ter a menor ideia de onde veio. Tudo o que ele sabe é o número de dias que passou em um trem em direção a Calcutá, além de algumas imagens na memória.

A história é adaptada do livro autobiográfico “A long way home”, escrito por Saroo, que aparece em algumas cenas reais no final do filme junto de outros personagens, para quem duvidar que aquilo aconteceu. E não tem como se emocionar!

O encontro de Saroo com a família e o altruísmo dos pais australianos, que o apoiam e ainda vão visitar a mãe biológica depois, nos levam a pensar no amor, nos afetos, nas pessoas que são importantes na nossa vida, nos laços familiares. Como mãe chorei muito quando Saroo liga para a mãe adotiva para dizer que encontrou sua mãe biológica e deixa claro todo amor que sente pela mulher que o criou. Ser mãe é muito mais do gerar uma pessoa e carrega-la no ventre.

O filme também me levou a pensar na importância de fazer as pazes com o passado, ter clara a sua história, reconhecer de onde veio, saber suas origens. Somos resultado de tudo que nos aconteceu e de todas as circunstancias que vivemos.

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Giseli Rodrigues

Mãe do Lucas. Escritora. Professora. Revisora. Especialista em Letras, Recursos Humanos e Gestão Empresarial. Estudante de Psicologia. Chocólatra. Flamenguista. Pintora nas horas vagas. Bem-humorada. Feliz.

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