Acredito que todo mundo conhece alguém que vive uma relação que não ata nem desata, que não sabe ao certo o que é, que quando pensa que acabou o outro ressurge ou que, por alguma razão, não acaba. Isso acontece mais na juventude, quando as paixões são mais fugazes e as pessoas, principalmente os homens, gostam de ter sempre alguém “na estante”.
Por alguma razão algumas pessoas continuam se contentando com menos do que merecem, se sujeitando a ser segunda opção na vida de alguém ou cedendo sempre às vontades do outro e não às suas. O amado desaparece, não liga, marca encontro e desmarca em cima da hora, mas a pessoa permanece à disposição dias, meses ou até anos.
Quem aceita uma relação que nunca vai adiante, a qual não é dada uma denominação, em que não se sabe o que pode ou não cobrar, que parece que chegou ao fim e recomeça, desperdiça a oportunidade de conhecer pessoas que têm interesse em viver um relacionamento sem altos e baixos, sem esconde-esconde, sem incertezas.
O problema da paixão é que ela não é algo simples e racional. Muitas vezes, apaixonadas, as pessoas aceitam coisas que jamais aceitariam em sã consciência. E em uma relação em banho-maria ficam esperando que o outro tome uma decisão, que mude de comportamento, que o status do relacionamento seja definido. Em vão.
Por pior que seja levar um não, ouvir que que o outro não tem interesse em construir um relacionamento ou que o amor chegou ao fim e deseja terminar, acredite: é melhor do que viver em uma eterna indecisão, a angústia da espera e viver estagnado em uma relação que não existe.
Se hoje você vive um amor em banho-maria, que você não sabe exatamente o que é, e está satisfeito com isso, tudo bem. Mas se não está permita-se desejar mais, colocar os pontos nos is, explicitar o que deseja. E, se tiverem interesses divergentes, ainda que sofra, termine e vá em busque do amor que merece.
Crônica publicada no Amor Crônico em 15 de dezembro de 2018.
Muito bom