Esta semana, durante o almoço, eu me sentei em uma mesa com três mulheres desconhecidas que conversavam sobre os filhos e os desafios da maternidade. Mesmo se eu quisesse não teria como não ouvir a conversa e fiquei acompanhando.
Pelo que conversavam eram mães de crianças ainda pequenas e trocavam informações sobre comportamento infantil. Uma delas tinha ido em uma palestra e apontava atitudes comuns a mães de primeira viagem que atrapalhavam o desenvolvimento dos filhos. Ainda citou e indicou alguns livros.
Em um dado momento da conversa, depois de ser questionada sobre a eficácia da Comunicação Não-Violenta com as crianças, essa mulher respondeu “eu estudo para ser mãe!”. Eu nem sei descrever o que senti naquele momento! Lembrei dos tantos livros que comprei quando o meu filho era criança e o quanto julgamos que a maternidade é um dom que todas as mulheres têm.
Pesquisamos e estudamos sobre tantas coisas, mas somos levadas a acreditar que, com uma criança nos braços, saberemos o que fazer. Instintivamente. Automaticamente. Milagrosamente. Que saberemos interpretar todas os comportamentos dos filhos e suprir todas as necessidades.
É claro que, mesmo lendo os melhores livros sobre Educação Infantil, indo em palestras, assistindo vídeos e filmes, algumas soluções são terão sido descritas. Ou não saberemos identificar no momento exato em que acontecem. Mas estudar ajuda sim. Ou, na pior das hipóteses, nos torna mais humildes diante da maternidade.
Filhos não são extensão dos pais, não devem suprir nossas expectativas, não nasceram para fazer nossas vontades e simplesmente obedecer a nossos caprichos. Por outro lado, não somos escravos dos filhos. É difícil lidar com os caprichos da infância com equilíbrio, ensinando autonomia e independência.
Ninguém nasce mãe. A cada dia que passa aprendemos um pouco mais. E julgar que não sabemos tudo, que podemos falhar, que temos como aprender, que existem pesquisas que podem auxiliar só demonstra que temos, além da enorme vontade de ser uma mãe melhor para nossos filhos, todo amor do mundo em nosso coração.
Ler sobre maternidade, desenvolvimento e educação infantil, ainda que na prática a teoria seja outra, nos ensina a amar sem soberba e autoritarismo. E, principalmente, a identificar quando os filhos precisam de ajuda profissional.