“…não deixe
de fazer algo que gosta devido
a falta de tempo, a única falta
que terá, será desse tempo que
infelizmente não voltará mais.”
Mario Quintana
Nos conhecemos nos tempos de colégio.Turmas diferentes, idades diferentes, séries diferentes e uma afinidade indescritível. Ruy virou meu confidente, meu segurança, e o irmão que não tive.
Vivíamos na casa um do outro, partilhávamos segredos e saímos juntos nos fins de semana. Fiquei amiga de sua irmã e nossas famílias tornaram-se amigas, porque queriam saber com quem estávamos andando.
Em momentos importantes, alegres ou tristes, ele esteve presente, e lembro com carinho de cada uma dessas datas, como as brigas com namorado, acidente do meu pai, provas de vestibular, aniversários e, principalmente, minha gravidez.
Eu e a mãe dele engravidamos no mesmo período. Todos esperavam ansiosos a chegada de Gabriel, “temporão” e eu, a de Lucas, primeiro filho, primeiro sobrinho, primeiro neto – naquele turbilhão que envolve uma gravidez na adolescência.
Jamais vou esquecer que depois que meu filho nasceu era a mãe dele que ia amamentá-lo, todos os dias, duas vezes, de manhã e à noite, porque eu não tinha leite suficiente. Hoje Lucas e Gabriel são amigos.
Meu amigo se formou, montou um negócio, casou e será papai em breve. Sábado foi chá de panela de sua irmã. Não temos mais o tempo daquela adolescência ociosa para conversar diariamente, mas a amizade tem sobrevivido ao tempo e às mudanças.
Muitos não acreditam em amizade entre homem e mulher, mas histórias simples e verdadeiras como a nossa provam que elas existem e resistem. Creio, verdadeiramente, que não conhecemos as pessoas por acaso.
Tenham um feriado brilhante!