Não sei explicar o porquê, mas estou em uma fase light. Acabou o desespero. Aquele desespero de ter que conhecer o novo point da cidade, ter que encontrar gente diferente, ter que dançar até as pernas não agüentarem mais, ter que ir em todas as festas. Inexplicavelmente, acabou. Eu não sei por quanto tempo, mas acabou.
Mesmo alardeando aos quatro ventos que estou zen e tendo recusado milhares de convites, ninguém acreditou. Fui dormir cedo, descansar mais a mente que o corpo e o telefone começou a tocar de madrugada. Para a maioria era hora de estar acordada.
Alguns torpedos, várias ligações. Eu deveria estar naquela rave alucinante ou comemorando aniversario sabe-se lá de quem ou presenciando aquela pegação na boate ou dançando MC Leozinho ou cantando no karaokê ou naquele pub que todo mundo está ou mesmo sentada numa mesa de bar.
Foi aí que me dei conta de que muitas vezes eu saí, naquela ânsia desesperada de curtir a vida e aproveitar o momento e só me enfiei em roubada. Dias em que eu sabia que o melhor era ficar quietinha, mas tomei a ?sábia? decisão de sair para esquecer uma desilusão, um problema profissional, um desentendimento familiar, ignorar uma saudade.
Eu gosto de sair à noite, dirigir de madrugada e voltar quando o sol já aquece nossas almas. Vai ser sempre assim. Mas aprendi que não vale a pena esconder nossas fraquezas de nós mesmos, porque, aonde quer que a gente vá, por mais longe que seja, elas nos acompanham.
(Ai, ai…estou tepeêmica.)