Há nove anos, num lindo domingo de sol, comecei a sentir cólicas e liguei para o médico. Eram contrações. Comecei a arrumar a bolsa calmamente, enquanto todos à minha volta estavam agitados, eufóricos e muito nervosos.
Lembro da recepção do hospital, do médico, do meu choro contido a medida que as dores aumentavam, do meu pai segurando minha mão, da irmã andando de um lado para o outro, das enfermeiras.
Na sala de cirurgia, gelada, uma enfermeira pergunta qual será o nome do bebê. Não tem nome, respondo. Preciso olhar a carinha dele antes. Às dezoito horas, do dia 8 de junho de 1997, Lucas nasceu. O segurei pela primeira vez, ainda sujo, e o achei a criança mais linda desse mundo.
Desde que o levei para casa, num lindo macacão azul que guardo até hoje, nunca mais fui a mesma. O Lucas me transformou em uma pessoa melhor, ao me ensinar a ver o mundo com os olhos de criança.
Todo mundo sabe que o tempo voa, mas só as mães são capazes de sentir. Todo mundo sabe que a gente muda o tempo todo, mas só as mães conseguem perceber. Todo mundo sabe que a vida é muito valiosa, mas só as mães conseguem enxergar.
O Lucas foi o melhor presente que eu poderia ganhar.