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Todos os dias eu leio jornais. É um hábito que adquiri há anos, com meus pais, e foi reforçado quando trabalhei na área de comunição. Eram vários por dia. Todo dia. No entanto, estou cada vez mais convencida de que isso faz mal à saúde. É muita tragédia. Corrupção, morte, guerra. Sem contar a parte política e econõmica – é deplorável.

Se eu não fosse mãe, se não tivesse tantos amigos bacanas, não tivesse uma família como a que muitos deveriam ter, mas não têm, sei não. Estaria deprimida. Estaria infeliz. Estaria com medo. Ler jornal amedronta. Apavora. Intimida. Por que há o que fazer diante de tanta aberração? Tem gente que não é gente. Gente que mata e põe num freezer, gente que abusa de uma criança de 5 anos, gente que embolsa o dinheiro público, gente que mata ao invés de proteger. 

Eu gostaria de ler coisas boas. Os empresários e jornalistas vão dizer que isso não vende. Gente é uma coisa tão asquerosa que gosta mesmo é de ler tragédia, fracasso, roubo, sequestro.

O pior de tudo, é que desconfio que não ia ter tanta coisa boa para publicar…gente que acorda cedo para fazer exercícios físicos, que beija o filho de manhã, que se arruma para ir ao trabalho, ajuda na lição de casa, gosta de cachorros, paga contas em dia, de fato, não tem graça nenhuma.

E como precisamos de gente sem graça! Cada dia mais.

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Giseli Rodrigues

Mãe do Lucas. Escritora. Professora. Revisora. Especialista em Letras, Recursos Humanos e Gestão Empresarial. Estudante de Psicologia. Chocólatra. Flamenguista. Pintora nas horas vagas. Bem-humorada. Feliz.

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