A banalidade do mal*

Lemos todos os dias que o Rio de Janeiro continua lindo, mas está cada dia mais violento. É assalto, é sequestro relâmpago, é estrupo, é tiroteiro. Aliás, percebemos que a crueldade dos crimes aumentam dia após dia, é uma realidade. Bata pegarmos estatísticas, assisirtimos tv ou mesmo conversarmos com as pessoas – todo mundo tem uma história trágica para contar. E eu, infelizmente, também sou hoje uma dessas pessoas. 

No momento em que escrevo essas palavras uma prima encontra-se no hospital. Mais uma vítima da violência. Ao voltar da faculdade, o ônibus em que estava foi assaltado e ela, que estava dormindo e acordou durante a ação dos marginais, teve uma reação que lhe rendeu diversas coronhadas na cabeça: simplesmente, se assustou. Alguns ossos de seu rosto estão quebrados, há um coágulo na cabeça e ela precisa ser operada. 

É assim, todo dia é assim. Nossas vidas estão valendo cada dia menos e não sabemos aonde vamos parar. Precisa roubar e espancar? Não basta levar tudo? É preciso ver sangue, dor, grito, medo? Matam pessoas como matam insetos – e não podemos nos acostumar com isso. Eu não sei mais o que pensar, até porque, no momento em que escrevo essas palavras e minha prima sofre no hospital (Graças  a Deus está viva!), outras tantas pessoas estão sendo vítimas de algum tipo de violência país afora, fazendo com que meu coração fique pequeninho – e menos brasileiro.

* A banalidade do mal é título de uma das obras da filósofa Hanna Arendt, nada tem ver com a nossa cidade nem retrata a época atual, fala do nazismo e toda a maldade cometida contra os judeus. Vale a leitura, porque violência sempre existiu e precisamos um dia, quem sabe, combatê-la.

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Giseli Rodrigues

Mãe do Lucas. Escritora. Professora. Revisora. Especialista em Letras, Recursos Humanos e Gestão Empresarial. Estudante de Psicologia. Chocólatra. Flamenguista. Pintora nas horas vagas. Bem-humorada. Feliz.

4 ComentáriosDeixe um comentário

  • Tive um parente assassinado num assalto, por esse mesmo motivo, porque se assustou. É ruim e a gente passa um tempo sem saber o que pensar, sem acreditar na sociologia, na pedagogia e querendo mandar matar qualquer um que lembre de perto o agressor.
    Virar estatística, perceber nossa impotência, a impotência da justiça, da polícia, isso tuso é muito triste.
    De certa forma o desespero irracional passa, sobra essa vontade de procurar as soluções certas, as atitudes que podem mudar alguma coisa.

    Melhoras pra sua prima, tomara que tudo tenha dado certo no hospital.

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