Fim do mundo

Eu cultivo o hábito de ler jornal toda manhã. Gosto de estar informada e saber o que se passa a minha volta – seja numa rua próxima ou do outro lado do mundo. Isso faz com que conheça problemas que nem sequer sabia que existiam, valorize minha rotina, tenha informações sobre o cotidiano e, principalmente, que eu perceba que sou apenas mais uma pessoa neste universo enorme, que por mais que tentem, não conseguem desvendar.

Sempre considerei este hábito saudável, porque não podemos viver como se nada mais existisse além de nós mesmos. Precisamos respeitar as diferenças, aceitar a diversidade e entender o que acontece com outras culturas. Por mais nacionalistas que sejamos não somos o único país no mundo, não estamos sozinhos e precisamos respeitar os nossos vizinhos. E conhecê-los, mesmo à distância.

Os meios de comunicação nos permitem chegar aonde jamais imaginávamos e, certamente, aprendemos alguma coisa com isso. Hoje a informação não tem fronteira. Terromoto, tsunami, eleição, prostituição infantil, epidemia, pandemia, pesquisa científica, não importa o assunto ou sua relevância, temos acesso a essas informações quase em tempo real, enquanto eu continuo lendo o bom (?) e velho jornal.

Hoje não foi diferente. Li que houve tiroteio na Avenida Brasil, tráfico incendeia ônibus com passageiros dentro e uma pessoa morreu, número de mortos no Chile passa de 700 e centenas de brasileiros tentam sair de lá, deslizamento mata jovem em Minas Gerais, chuvas causam estragos no Espírito Santo.

Diante de tanta barbárie praticada por animais racionais e tanta tragédia natural (não será o planeta pedindo socorro?) não paro de me perguntar: por que algumas pessoas (ainda) temem o fim do mundo?