Falar é uma arte

Basta observar a maneira como as pessoas se expressam para perceber que falar, diferente do que muitos pensam, não é uma tarefa fácil. Muitas pessoas se calam, ficam com olhos marejados, não defendem suas opiniões e passam incógnitas, quase invisíveis.

Em outro extremo vemos pessoas cuspindo suas verdades, dizendo o que querem sem se preocupar com quem ouve, gritando, falando alto, impondo suas opiniões – como se fossem as únicas existentes no mundo. Para piorar, ainda se consideram sinceras.

Pessoas que sabem ouvir, se colocam no lugar do outro, se importam com o sentimento alheio e falam o que pensam – e o que sentem – com objetividade, clareza, respeito e empatia é coisa raríssima.

A fala é vista como uma expressão de poder, onde cada um de nós quer fazer valer a sua opinião, defender seus pontos de vista e conseguir a aprovação do outro, onde concordar com o outro pode significar perda da razão e, talvez por isso, muitos se esmeram em fazer valer o que consideram certo.

Certo e errado, verdade ou mentira, importante e insignificante são, de certa maneira, julgamentos subjetivos, criados a partir de nossas crenças e valores. Quando nos expressamos através de palavras todas as nossas diferenças vem à tona – e muitos se esforçam para provar que estão certos, enquanto quem sente, vê e julga algo diferente está errado.

Falar bem exige, acima de tudo, que tenhamos capacidade de ouvir. Sem julgamentos, sem preconceitos, sem mágoas, sem angústias, sem ânsia, sem raiva. O que, convenhamos, não é fácil para quem é humano. E sente, sofre, se alegra, quer compartilhar o que julga certo e demonstra sentimentos enquanto fala.

Acredito que saber ouvir e reconhecer seus próprios sentimentos  sejam passos importantes para melhorar a comunicação oral, tão banalizada atualmente.

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Giseli Rodrigues

Mãe do Lucas. Escritora. Professora. Revisora. Especialista em Letras, Recursos Humanos e Gestão Empresarial. Estudante de Psicologia. Chocólatra. Flamenguista. Pintora nas horas vagas. Bem-humorada. Feliz.

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