O amor é uma escolha

Que a vida é feita de escolhas e precisamos lidar com as consequências já ouvimos milhares de vezes. Por que, então, muitos de nós acreditamos que o amor é mágico e que saberemos que iremos nos apaixonar por uma pessoa ao olhar para ela? Que o mundo avisa, o corpo dá sinais e não há necessidade de fazer coisa alguma para que amor apareça? Que o amor surge instantaneamente, como um passe de mágica?

Milhares de pessoas passam por nós ao longo da vida. E algumas delas permanecem. Aquelas com as quais mantemos contato, nos fazemos presentes, expomos nossos sentimentos e permitimos que participem da nossa intimidade. Amigos, familiares e amores.

Por que construímos vínculos com algumas pessoas e outras não? Por que elas são melhores que as outras? Mais bonitas? Mais inteligentes? Mais sexy? Mais gostosas? Pode ser que você tenha dito sim para algumas destas perguntas, mas a verdade é que você não saberia se não tivesse permitido conhecê-la.

Um relacionamento nasce de uma oportunidade que você deu, de uma escolha que você fez. Trocar número de telefone, atender e fazer uma ligação, trocar mensagens, fazer um convite para sair. Diz um famoso ditado popular que “quando um não quer dois não brigam” e isso vale para os relacionamentos amorosos também. Permitimos que as pessoas entrem na nossa vida e depois escolhemos que permaneçam nela.

Quando estamos sozinhos, estamos porque desejamos. Ou alguém desejou. Quando estamos vivendo um relacionamento estamos porque desejamos. E alguém desejou também.  O amor é uma escolha recíproca e, talvez por isso, seja tão difícil mantê-lo. Uma vez escolhendo e sendo escolhido precisamos reafirmar nossa escolha diariamente.

Depois da difícil arte de encontrar alguém com quem valha a pena compartilhar a vida e, mais do que isso, ter despertado o mesmo desejo nela, é que a história começa. O “felizes para sempre”, “até que a morte os separe” ou mesmo mesmo que seja “infinito enquanto dure” é uma questão de escolha e precisa ser construído todos os dias. Pelos dois.

O amor não é sorte, não é prêmio, não é mágica. É escolha. E todos nós temos o direito de escolher ser sozinho. Por já ter tido muitas desilusões, por acreditar que até o momento não há quem valha a pena, por prezar a própria liberdade, por acreditar que é possível, sim, ser feliz sozinho, por não saber lidar com um relacionamento a dois.

Uma vez, no entanto, que você escolhe estar com alguém, o que também é um direito, e foi escolhido por esse alguém também, preocupe-se em cuidar do outro e escolha estar ao seu lado verdadeiramente. O amor, por si só, não se basta. Ele precisa ser fortalecido todos os dias. E cada casal, a seu modo, encontra uma maneira de fazer isso. Desde que julgue que o relacionamento é importante, merece respeito e ocupa um papel fundamental na sua vida.

Faça a sua escolha. E lembre-se que para continuar sendo escolhido pelo outro você precisa fazer por merecer, porque ninguém mantém um relacionamento sozinho. Mesmo que queira.

Crônica publicada no Amor Crônico em 04 de abril de 2016.

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Giseli Rodrigues

Mãe do Lucas. Escritora. Professora. Revisora. Especialista em Letras, Recursos Humanos e Gestão Empresarial. Estudante de Psicologia. Chocólatra. Flamenguista. Pintora nas horas vagas. Bem-humorada. Feliz.

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  • Adorei o texto e concordo plenamente com sua palavras… estar e se manter junto de outra pessoa é, com certeza, uma escolha diária.
    Acho que esse é um dos grandes motivos dos relacionamentos acabarem ou se manterem aos pedaços – as pessoas retiram sua responsabilidade sobre a relação e apostam apenas no coitado do amor – sem se darem conta que a construção do mesmo – tbm foi uma escolha!
    Beijos, lindo texto, parabéns!

    https://viciolicito.wordpress.com

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