Conflitos fazem parte do relacionamentos

Em qualquer relacionamento, seja pessoal ou profissional, há conflitos. Em algum momento as divergências surgem e as dificuldades para entrar em um consenso também. Com um relacionamento amoroso não é diferente. Há brigas, divergências, atritos. divergem e têm atritos. Arrisco afirmar que os conflitos são importantes para o amadurecimento do casal e permitem que novas soluções para a vida a dois sejam encontradas.

Finanças, educação dos filhos, divisão das tarefas domésticas, a maneira como um trata o outro, ciúmes. O motivo da discórdia não importa. Importa a maneira como o casal lida com ela. E, mesmo diante de um impasse, não há alternativa melhor do que lidar com o outro de maneira carinhosa. Gritar, xingar, jogar coisas pela janela, ameaçar ir embora, bater portas, quebrar coisas são demonstrações de violência, não de respeito e amor ao próximo. E não há possibilidade de encontrar uma solução benéfica em meio a raiva e desrespeito.

Sempre que surge um desconforto na relação é importante conversar sobre isso. Guardar os seus sentimentos, engolir sapo, não demonstrar descontentamento, além de fazer mal a saúde, não resolve os problemas e pode fazer com que a pessoa exploda em algum momento. Sofrer em silêncio não é uma boa escolha. Mas não adianta falar em qualquer hora, de qualquer jeito e em qualquer lugar. Guarde as palavras odiosas, acalme-se e marque uma conversa para outro momento. Numa hora em que ambos estejam calmos e sejam capazes de acolher a manifestação do outro e dialogar de maneira civilizada.

Um dos maiores erros de uma discussão é culpar o outro e esbravejar acusações. Escutar é um exercício que precisa ser praticado frequentemente. Ouça. E meça suas palavras. Lidar de maneira carinhosa durante o conflito é se preocupar em não usar palavras das quais se arrependerá depois, não julgar e não ferir – a si mesmo e ao outro.

Coloque-se no lugar do outro. Por mais que seja difícil, é um exercício que precisa ser praticado. O parceiro ficou com ciúmes, se imagine na situação. Pergunte a si mesmo se não ficaria inseguro também. Ele discordou da maneira que você orientou o filho, ouça o motivo e procure entender. Falar que a pessoa está maluca, vendo coisas onde não tem e o que fala não merece consideração só faz com que ela se afaste ainda mais e os conflitos aumentem.

Em um relacionamento a dois, quando os problemas não são solucionados todos perdem. Não adianta entrar em uma discussão com intuito de vencer. É melhor ter em mente a razão da discórdia e tente resolver. Acumular problemas e fingir que está tudo bem, por mais que evite brigas na hora, pode trazer consequências mais desagradáveis no futuro.

É impossível viver com alguém sem que haja conflitos. Casais felizes e infelizes brigam. A diferença está na maneira como lidam com os impasses. É possível viver sem fazer das divergências uma verdadeira guerra. É possível, inclusive, respeitar a decisão do outro, compreendê-la e não concordar. Um casal não é composto por duas pessoas iguais. Esqueça a tampa da panela, alma gêmea, metade da laranja. Cada pessoa é um mundo inteiro.

Discordar, defender um ponto de vista e discutir pode ser positivo para o relacionamento. Faz com que as pessoas se conheçam melhor, respeitem as diferenças, estabeleçam limites, aprendam a lidar um com o outro. Quando as pessoas se amam encontram maneiras sadias e respeitosas de fazer com que muros que antes pareciam intransponíveis tornem-se pontes para uma vida melhor.

Quando surgir o próximo conflito não o enxergue como algo maléfico. Respire fundo, converse, ouça o que seu amor tem a dizer e, sobretudo, abra o seu coração. Com amor encontramos as mais brilhantes soluções.

Crônica publicada originalmente no Amor Crônico em 30 de janeiro de 2017.

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Giseli Rodrigues

Mãe do Lucas. Escritora. Professora. Revisora. Especialista em Letras, Recursos Humanos e Gestão Empresarial. Estudante de Psicologia. Chocólatra. Flamenguista. Pintora nas horas vagas. Bem-humorada. Feliz.

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