Existem casais que estão juntos desde sempre, se conheceram jovens, na época da escola, e continuam um ao lado do outro. Conheço alguns assim e acho lindo. Deve ser bonita a experiência de ser o primeiro amor na vida um do outro, crescer junto, mudar e permanecer ao lado do mesmo alguém. Mas, a maioria de nós, não tem essa vivência.
É mais comum que, ao longo da vida, tenhamos a oportunidade de conhecer muitas pessoas, nos apaixonar e desapaixonar mais de uma vez, sermos correspondidos ou ignorados. E jurar nunca mais amar novamente até que, em algum momento, o amor acontece. Simplesmente acontece. E não temos forças para fugir.
Se hoje você está com quem você ama, consegue responder o porquê essa pessoa e não outra? Em que momento você descobriu que era para valer? O que fez você pensar que, dessa vez sim, seria diferente? O que essa pessoa tem de diferente das outras? Talvez você não consiga. Porque amar não é fácil de explicar.
Provavelmente você admira muitas coisas em seu parceiro. Gosta de muitas de suas características. Queria ser como ele em algumas coisas. Mas também tem aquelas coisinhas com as quais você não concorda e faria diferente. E você ama essa pessoa assim mesmo. Com todas as qualidades e defeitos. Se preocupa e gosta da companhia dela. Vocês sempre têm sobre o que conversar, se divertem juntos, fazem planos.
Agora você sabe: encontrou o amor da sua vida. Você pode lembrar do primeiro encontro, do primeiro beijo, de como e quando começaram a namorar, mas não saber exatamente o porquê esse amor tomou conta de seu coração. E de sua vida. Mas ele está lá. Na sua vida. No seu coração. No seu pensamento. No seu dia a dia. Na sua casa. Nos seus planos.
Aconteceu. Hoje são vocês dois contra o mundo. Um com o outro. Um pelo outro. Mesmo discordando de muitas coisas quando estão a sós, vocês estão juntos. Querem estar juntos. Movem esforços para fazer o relacionamento dar certo e permanecerem juntos. São mais apaixonados num dia do que no outro, mas se amam como nunca imaginaram amar alguém.
O amor é isso. Não adianta ter medo de amar de novo e fugir de relações duradouras. Um dia você vai estar distraído. E o amor vai acontecer outra vez.
Crônica publicada no Amor Crônico em 10 de abril de 2017.