A definição de felicidade varia de pessoa para pessoa, claro. A de felicidade no amor também. Cada casal tem o seu ideal imaginário do que é um casamento feliz. Ou: cada um dos cônjuges tem sua própria definição do que é ser feliz e como almejá-la, o que, neste caso, pode gerar uma insatisfação generalizada se os anseios forem muito diferentes.
Confesso que não tenho pretensão de dar uma solução, encontrar uma resposta ou dar uma equação milagrosa para que todos sejam felizes e satisfeitos com os seus relacionamentos amorosos. Até porque, no dia em que eu descobrir a fórmula do amor, escrevo um livro e ganho muito dinheiro com ele.
Escrevo agora pelo incômodo que sinto ao ouvir que os casamentos de antigamente que eram bons, que hoje em dia não existe tolerância, as pessoas se separam por qualquer motivo, só querem o lado bom da vida e desfazem relacionamentos com mais facilidade.
Das histórias de casamentos antigos que ouço, percebo que muitas pessoas estavam conformadas, não felizes. Alguns de nossos avós ou pais não podiam se separar, seja lá por quais razões, mas sofreram muito em suas relações e teriam sido mais felizes se tivessem opção de seguir a vida longe um do outro.
Hoje queremos o melhor da vida, dos relacionamentos, de nós mesmos. A complexidade da vida moderna e a mudança dos papeis sociais exigem novos acordos, novos arranjos, novos consensos. E isso não significa que os casamentos de hoje em dia estejam piores. Acredito que estão mais autênticos e verdadeiros.
Uma relação amorosa exige comprometimento de ambos e, claro, vai contar com momentos bons e ruins. Mas ela pode ser boa, se ao invés de se basear no relacionamento alheio, nos livros de autoajuda, nos conselhos de milhares de pessoas, o casal estabelecer a sua própria equação, com base em negociações e ajustes dos desejos de cada um.
É preciso enxergar fraquezas e fortalezas da relação e entender o que pode ou não fazer você feliz no seu casamento. E a felicidade depende de cuidado. Não transformar pequenas divergências em brigas, não destratar o outro, se preocupar com as palavras ditas. Estar junto há muito tempo não dá o direito de falar de qualquer jeito um com o outro.
Se você deseja um casamento feliz precisa construí-lo todos os dias. Com dedicação e amor.
Crônica publicada originalmente no Amor Crônico em 1 de maio de 2017.