Por que nos afastamos do que nos faz bem?

Eu ando exausta. E isso não é um privilégio meu. As pessoas com as quais eu convivo andam cansadas, esgotadas, desanimadas e sem energia. E não é uma exaustão física, é, sobretudo, mental. Viver no Brasil tem exigido muito de nós. Todos os dias. Mas este não é o tema desta crônica.

Eu também não sei ao certo qual é o tema. Olhei para o meu blog hoje e vi que a última crônica que escrevi foi em fevereiro desde ano e, desde então, nunca mais publiquei uma linha. E não publiquei por não ter escrito. Não foi por vergonha de algo que escrevi, não foi por medo de algum julgamento, não foi por achar que o texto não estava bom – até porque eu nunca acho que está.

Escrever é uma das coisas que mais gosto de fazer. Desde de muito pequena. Era a menina que tinha um caderno cheio de escritos, que inventava versos e que na segunda série criou um grupo na turma para escrever uma revista. Depois que fazíamos o dever, sentava eu e demais nerds no fim da sala para escrever. Escrevendo consigo expressar melhor minhas ideias, entender meus sentimentos, organizar minha mente e me reconectar comigo mesma.

Hoje, sentindo tão exausta, me perguntei: será que a causa não é, em parte, por estar afastada da escrita? Então descobri o objetivo deste texto: fazer com que eu me sinta melhor. Que as palavras me devolvam algum ânimo. Que eu consiga pensar com mais clareza. Que eu possa voltar a escrever com frequência.

Por que nos afastamos do que nos faz bem? Quantas coisas pequenas, simples e cotidianas deixamos de fazer, imersos a tantas coisas importantes, urgentes e necessárias? O que você gostava de fazer e não está fazendo atualmente?

Será que seu esgotamento não está relacionado a deixar de fazer o que te faz bem? Escrever, escutar música, dançar, praticar um esporte, desenhar, falar com uma pessoa querida. O que você gosta de fazer? O que recarrega as suas energias? Você tem feito isso em algum momento?

Hoje volto a escrever, nem que seja para mim mesma, com canetinhas coloridas em um dos muitos cadernos bonitos. Publicar eu já não sei. Estou publicando agora só para te lembrar que tem sempre alguma coisa pequena que nos faz felizes. E que não precisamos nos afastar dela, por mais que sejam muitas nossas tarefas cotidianas.

Se, como eu, você deixou algo que te faz bem para trás, retome.

Crônica publicada no Amor Crônico em 25 de outubro de 2022.

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Giseli Rodrigues

Mãe do Lucas. Escritora. Professora. Revisora. Especialista em Letras, Recursos Humanos e Gestão Empresarial. Estudante de Psicologia. Chocólatra. Flamenguista. Pintora nas horas vagas. Bem-humorada. Feliz.

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