Eu odiava ir ao colégio, fazia um escândalo quando minha mãe virava as costas e, um belo dia, a tia de uma amiguinha, já cansada de assistir passivamente o meu sofrimento, prometeu que se eu parasse de chorar me daria um presente. Interesseira, parei de chorar.
No dia seguinte, lá estava ela, com um almanaque da Turma da Mônica em mãos. Para uma menina de 6 anos, ainda na alfabetização, descobrindo o fantástico mundo das letras, aquela revista era o melhor presente que poderia ganhar. Gostei tanto que, daquele dia em diante, meus pais se viram obrigados a comprar uma revistinha por semana.
Os personagens de Maurício de Souza fizeram parte da minha infância, mas era do casal Chico Bento e Rosinha, da independente Tina e da gulosa Magali que eu mais gostava! Fico feliz quando vejo que as inocentes histórias ainda resistem ao tempo, apesar de não conseguirem sustentar um bom filme.
Teria aprendido a ler e escrever, mesmo se não tivesse tido a companhia das tantas páginas coloridas idealizadas por Maurício de Souza, que me foram apresentadas pela tia Helena, mas este exercício teria sido muito menos atraente e divertido.