Durante as férias tive a oportunidade de fazer uma das melhores viagens da minha vida. Frankfurt, Berlim, Hamburgo, Amsterdam, Bruges, Paris e Londres, cidades famosas, bonitas, cheias de atrações turísticas, estavam no roteiro. No entanto, não gostei de todas igualmente e voltei me perguntando: por que amamos tanto um lugar e não outro?
Tudo começou em Berlim. A cada esquina tem uma construção deslumbrante e um monumento histórico. Só andar pelas ruas é algo mágico. Fui presenteada com um dos dias mais lindos das férias, com neve para todos os lados e pude verificar que as pessoas são alegres mesmo no frio. E que, mesmo no frio, uma cidade pode ter cor. Eu não queria sair de lá. Estava certa de que Berlim era o melhor da viagem.
Estava enganada. O melhor estava por vir: Amsterdam. Que cidade linda! É encantador ver as pessoas pedalando por toda parte, apreciar os barcos, andar de bonde. Caminhar sem rumo também é um programa maravilhoso. E a cidade não precisa de photoshop nem filtro, é fotogênica em qualquer ângulo. Até quando fotografada por um celular caindo aos pedaços como o meu.
Eu nunca nutri o sonho de conhecer Berlim e Amsterdam. E, simplesmente, me apaixonei ao pisar nessas cidades. Como num passe de mágica. Amor à primeira vista. Ambas conquistaram um lugar no meu coração. Não sei uma palavra de alemão ou holandês, mas me senti em casa nesses lugares. Era bom estar lá. Simples assim.
Algo diferente aconteceu desde o primeiro dia que pisei em Londres: apesar de linda, bem cuidada, cheia de encantos, eu não gostei. Tudo era frio, cinza, sóbrio – e ainda choveu todos os dias à tarde. As pessoas eram educadas, mas pareciam estar sempre atrasadas. No entanto, tenho amigos que amam a cidade e alguns que sonham em conhecê-la. Cada lugar no mundo tem um lugarzinho no coração de alguém e Londres deve estar presente em vários deles. No meu não.
O que faz com que uma cidade seja especial? Por que alguns lugares nos conquistam? O que uma cidade precisa para ganhar um espaço no nosso coração? Apesar de ter voltado de viagem há alguns dias, eu ainda não encontrei a resposta. Creio, no entanto, que gostar de um lugar, assim como de um livro, um filme ou uma pessoa, revela mais sobre nós mesmos do que sobre o que amamos.
Viajar é uma oportunidade de aprendizado. É a possibilidade de ver a vida de perto, conhecer ao vivo e em cores o que vemos nos livros didáticos, filmes e programas de TV, refletir sobre o mundo. E, mais do que isso: viajar é uma oportunidade de autoconhecimento. De nada adianta ir tão longe se não mergulharmos em nós mesmos.