Um professor que se diz “democrático e aberto”, mas é o autoritarismo em pessoa e não aceita opinião. Um colega que afirma não ser preconceituoso, mas diz que “homossexualidade não é normal e feminista não tem que dar opinião”. Uma pessoa diz que é contra a corrupção, mas não devolve troco. O vizinho afirma que é contra a violência, mas diz que o certo é jogar uma bomba no morro e matar todo mundo. Um familiar jura que respeita qualquer religião, mas vive tentando converter os demais à sua ou afirma que ateus irão para o inferno. Um pastor, ou padre, que prega amor ao próximo, mas é só preconceito, desamor e, não raro, criminoso que abusa de fiéis.
São muitos os exemplos cotidianos de quem diz ser uma coisa e age de maneira completamente diferente. E estou cada dia mais cansada disso tudo. Cansada da falta de coerência das pessoas. De discursos que nada tem a ver com a prática. Da afirmação de que os outros é que são violentos e maus, quando são eles que propagam tais atitudes. Cansada da incapacidade que algumas pessoas têm de reconhecer quem são verdadeiramente.
Por outro lado esses exemplos me fazem pensar se não estou agindo exatamente igual a maioria das pessoas: afirmando uma coisa e se contradizendo logo depois ou dizendo uma coisa e fazendo outra. Tudo que quero é ser alguém congruente. E tenho percebido que isso só é possível para quem arrisca pensar sobre si mesmo. Para quem se dedica ao autoconhecimento.
O que uma pessoa tem de mais valioso é ser o que diz e o que demonstra ser.
Por isso pergunto: você é o que você diz? Você sabe quem você é?