Sempre preferi ler a assistir filmes. Nunca sei quais são os lançamentos, nomes dos atores, não vi os clássicos, não assisto o Oscar. Mas tenho visto mais filmes ultimamente e quero compartilhar um pouco sobre os que eu gostei. Portanto, não é uma lista de quem entende de filmes e analisou o enredo, fotografia, música, figurino. É uma lista com filmes que, de alguma maneira, tocaram meu coração.
- Ganha Pão
O filme conta a história de Parvana, uma menina de 11 anos, que vive com a família, em Kabul, capital do Afeganistão, sob o domínio Taliban. Seu pai é preso e, num lugar onde as mulheres não estão autorizadas a sair de casa sem um homem, ela se disfarça de menino e vira o ganha-pão da família. Apesar de correr o risco em ser descoberta, ainda tenta resgatar o seu pai. Dá um nó na garganta que não se desfaz durante todo o filme. A história leva a refletir sobre guerra, extremismo, direitos humanos e, principalmente, ser mulher.
“Levante suas palavras, não sua voz.”
- Vanilla Sky
Adorei o filme, mas não entendi até agora. David Aames (Tom Cruise), um jovem empresário dono de um império editorial tem a vida modificada quando conhece Sofia Serrano (Penélope Cruz), por quem se apaixona. O relacionamento desperta ciúmes em Julie Gianni (Cameron Diaz), uma “amizade colorida” de Davis, que quer muito mais que mero envolvimento sexual com ele. Um dia, após sair da casa de Sofia, David encontra Julie, que o convence a entrar no carro dela. Ela lança o carro por cima de um viaduto, não resiste ao impacto e morre. David sobrevive, mas fica com o rosto bem desfigurado, entra em coma e fica traumatizado ao ver seu rosto desfigurado e oferece qualquer quantia para reconstruírem. Realidade e fantasia se confundem durante toda a narrativa e ao terminar o filme ficamos nos questionando o que realmente é realidade ou fantasia.
- Olhos Grandes
“Olhos Grandes” conta a história do pintor Walter Keane que, no final dos anos 1950 e início dos 1960, alcança sucesso comercializando pinturas de crianças com grandes olhos. Sendo que os trabalhos não eram criados por ele. Mas pela sua mulher, Margaret. Anos mais tarde ela conseguiu provar na justiça a autoria dos quadros. Assistam. Para lembrar que NINGUÉM merece um relacionamento monstruoso.
- Perfeitos Desconhecidos
O filme é ruim, mas é bom. Sete amigos de longa data se reúnem para um jantar e resolvem fazer a seguinte brincadeira: colocar todos os aparelhos de celular na mesa e compartilhar o conteúdo de cada mensagem de texto, e-mail e ligações que recebem. No jogo, muitos segredos começam a se revelar, provando que nem todos se conhecem de verdade. Fiz um texto sobre o filme no Amor Crônico, questionando se conhecemos verdadeiramente as pessoas com as quais convivemos e se, nós mesmos, deixaríamos nossos celulares sem senha na mão de nossos próprios amigos.
- O Rei do Show
De origem humilde, P.T. Barnum (Hugh Jackman) desafia as barreiras sociais se casando com a filha do patrão do seu pai. Sempre criativo e sonhador, cria um museu de curiosidades, que fracassa. Ele não desiste e lança um novo empreendimento: produz um show estrelado por pessoas consideradas aberrações. Pelo que li, na vida real P.T. Barnum era uma pessoa deplorável: abusivo com seus funcionários, preconceituoso, egocêntrico e disposto a ganhar dinheiro a qualquer custo. O filme, no entanto, é emocionante. Fala de egoísmo e empatia, aceitação e preconceito, ambição e humildade. Tudo junto. Com música e romance. Achei lindo.
“É difícil entender riqueza e privilégio quando se nasce com eles.”
- A forma da Água
A Forma da Água, ganhador da estatueta de melhor filme, e nem todo mundo concordou com o prêmio. Mais uma vez: não entendo de filmes. E, romântica incorrigível, gostei muito. No filme a muda Elisa (Sally Hawkins), zeladora em um laboratório experimental secreto do governo, se afeiçoa a uma criatura mantida presa e maltratada no local. Para salvar a criatura, ela elabora um resgaste e o executa com apoio dos amigos Giles (Richard Jenkins) e Zelda (Octavia Spencer), sua colega de trabalho. Mostra que pessoas simples são capazes de ações extraordinárias quando estão imbuídas de uma causa e se apaixonam por ela. E que o amor nos conduz a decisões inimagináveis.
- O Show de Trumam
Acredito que todos conheçam a história do filme: Truman Burbank (Jim Carrey) não sabe que está vivendo numa realidade simulada por um programa da televisão, transmitido 24 horas por dia para bilhões de pessoas ao redor do mundo. Ele começa a suspeitar de tudo o que ocorre ao seu redor e começa a procurar a verdade sobre a sua vida. Até descobrir a verdade. Especialmente hoje em dia, onde tudo se torna um espetáculo e nós mesmos expomos nossas vidas o tempo todo, o filme continua atual. Se ainda não viu, não perca tempo.
- Sobre meninos e lobos
“Sobre meninos e lobos” é um filme de 2003, vencedor de duas estatuetas do Oscar, mas que só assisti este ano. E recomendo muito. A filha de Jimmy Marcus (Sean Penn) é encontrada morta e Sean Devine (Kevin Bacon), seu amigo de infância, é encarregado de investigar o caso. As investigações de Sean o fazem reencontrar um mundo de violência e dor, que ele acreditava ter deixado para trás. Há ainda Dave Boyle (Tim Robbins), que guarda um segredo que nem mesmo sua esposa conhece. A caçada ao assassino faz com que o trio tenha que reencontrar fatos do passado que eles preferiam que ficassem esquecidos para sempre. Mas o passado, quando não resolvido, sempre volta. E da pior maneira possível.
- Mamma Mia!
Que filme maravilhoso! Não paro de me perguntar: por que não vi antes? O cenário é a Grécia, Meryl Streep é (e está!) maravilhosa, os atores cantam bem e a história é leve – embora profunda. Uma mulher em busca do pai, o reencontro com amores do passado, a descoberta de si mesmo, a concretização de sonhos, uma mãe que cuida da filha sozinha, amizade entre mulheres…é amor demais!
- Com amor, Van Gogh
Nada que eu fale sobre esse filme conseguirá traduzir sua beleza. Inspirada pelas mais de 400 pinturas que Van Gogh fez ao longo de oito anos, a animação revisita locais e personagens recorrentes para construir uma investigação que, além de contar a história do pintor, revela o mistério acerca de sua morte. Teria sido mesmo suicídio ou alguém seria o responsável? A resposta é apresentada a partir da viagem de Armand Roulin à cidade francesa de Arles, um ano após o falecimento de Van Gogh, com o objetivo de entregar à sua família uma carta perdida do pintor, endereçada ao irmão, Theo. Cada vez mais obcecado, Roulin inicia então uma investigação pessoal em torno dos conhecidos de Van Gogh para decifrar o que realmente aconteceu.