Desejos de Ano Novo

Fazendo uma retrospectiva 2005, pelo menos no que refere-se a vida amorosa, me dei conta de que me diverti bastante e sofri demais. Conheci um monte de homem que não sabe o quer, um tal de neguinho pegando no seu pé que tive que sair correndo, uns malucos que diziam-se apaixonados num dia e nem ligavam no outro, uns carinhas que disseram até eu te amo para ver se me levavam pra cama.

Até aí normal, toda burralda solteira que se preza se apaixona, se evolve, cria castelos em nuvens que se desfazem num vento, despertam paixões de quem não queria e se apaixonam por quem não devia. Sempre por um Joselito sem-noção pior que o outro.

Acontece que o ano está terminando e a gente resolve repensar um monte de coisas. Eu resolvi repensar o amor. Cansada dessa vida de amores vazios, amores inventados, amores de um dia, em 2006 eu quero um amor maior, amor maior que eu. Mereço um namorado lindo, gentil, educado, fiel, inteligente, rico, bem-humorado.

Disseram que para encontrar um namorado desses preciso andar com uma lupa no bolso. Como é fim de ano, eu prefiro apelar para essas tantas mandingas que, garantem, funcionam mesmo, quando feitas na virada do ano. Se bem não faz, mal não vai fazer. Calcinha rosa, coroa na cabeça, vestido branco, rosas vermelhas, nome do cara na sola do sapato.

Aí, do nada, os defuntos começam a ressuscitar, para desejar boas festas. Liga aquele cara que você ficou há séculos atrás para desejar feliz ano novo e como quem não quer nada, te chama pra sair. Aquele outro, por quem você ficou de quatro (e nem foi literalmente, que pena!), diz com todas as letras que, agora sim, quer namorar você. O amiguinho de infância faz um convite para o reveillon e por aí vai.

Carência coletiva, só pode. Um bando de homem carente procurando alguém para passar o reveillon, a essa altura do campeonato. Tudo bem que uns beijos apaixonados na virada do ano não fazem mal a ninguém, mas eu não estou com a mínima vontade de representar no reveillon. Não mesmo. Decidido. Ponto final.

O mundo devia ser bem melhor, e será. Sonho com o fim das guerras, da fome, da miséria e das injustiças. Desejo um ano novo repleto de realizações, muita felicidade, saúde, paz, amor, dinheiro, sucesso. Tenho um bom coração, sou uma boa menina e não poderia deixar de desejar um feliz ano novo, claro.

Voltando ao que interessa, não que os votos de feliz ano novo não interessem a ninguém, eu quero a sorte de um amor tranqüilo. E quero que me desejem a sorte de um amor tranqüilo. Serio, já estou com tendinite de tanto escrever historias com finais engraçados, mas infelizes e traumáticos.

Feliz 2006 para todos, e menos burrices também!

Idiotilde

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Giseli Rodrigues

Mãe do Lucas. Escritora. Professora. Revisora. Especialista em Letras, Recursos Humanos e Gestão Empresarial. Estudante de Psicologia. Chocólatra. Flamenguista. Pintora nas horas vagas. Bem-humorada. Feliz.

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