Você sabe exatamente como agir, é inteligente o suficiente para decidir, seguro o bastante para escolher, auto-suficiente para não depender de ninguém. É isso ou aquilo. Preto no branco. Querer ou não querer. Feijão com arroz.
Sem direito a fraquejar, sabe onde quer chegar. Segue cheio de verdade, respostas pré-criadas e conceitos enlatados. Aqueles mesmos, que ouve diariamente e faz a gentileza de reproduzir àqueles que estão a sua volta.
A vida é simples: você tem as respostas que procuram e a frase que querem ouvir. Todos querem ouvir as mesmas palavras, lutam pelos mesmos objetivos, sonham os mesmos sonhos. Quando ainda se permitem sonhar. Não é mesmo?
Em sua extraordinária sabedoria, todos nascem com manual e possuem rótulos instransponíveis. Somos isso ou aquilo. Nada além. Somos adjetivos. Somos pejorativos. Somos o que sua interpretação míope e limitada é capaz de enxergar.
Eu sou o rótulo com que me vestiu.
Eu sou o adjetivo pobre com que me definiu.
Eu sou o comportamento caricato que você mencionou.
Aceito esse julgamento a partir de seus princípios e seus valores. Eu não sou a verdade. Eu sou de verdade. Eu sou o que quer que eu seja. Sou bem mais do que quer que eu seja. Seus olhos não querem enxergar. Seus passos são incapazes de acompanhar.
Update:
Só vejo seus olhos. E eles são azuis.