Uma mãe como tantas

Na tentativa de ser uma boa mãe, li de “Quem ama educa” a “Criando Meninos passando por livros sobre Bullying e, agora, adolescência. O que esses livros me ensinaram? Que, entre a prática e a teoria, existe uma distância enorme e que nem tudo funciona para todos. Pessoas são únicas. Somos estranhos ímpares. Nossos filhos, portanto, não poderiam ser iguais – nem mesmo aos pais.

De alguma forma, tudo que li foi importante para eu chegar a conclusão de que sou uma boa mãe. Não porque leio muito, mas, porque diferente de muitas, não acho que estou sempre certa, que adulto tem sempre razão, que os pais sabem tudo sobre todas as coisas e que filhos têm menos direitos que os pais. Mesmo tendo se passado 14 anos, continuo tentando ser uma  mãe cada vez melhor.

É claro que já gritei, já perdi a paciência, já chorei e já me questionei muitas vezes, mas me orgulho muito de nunca ter dado no meu filho um tapinha sequer. Não acho que agressão educa. Acredito que deseduca mais. Quero ter autoridade sem ser autoritária. É bem mais difícil, eu sei. Mas não sou mesmo de escolher o caminho mais curto. Prefiro sempre o caminho correto.

Fico muito feliz quando meu filho tira boas notas, claro. Confesso que fiquei orgulhosa por ele ter passado direto mais um ano. Mas sinto-me aliviada quando ele liga para contar que tirou nota baixa ou não foi bem numa prova. Ao invés de esconder ou falsificar boletim, como muitos dos meus colegas faziam por medo dos pais, ele prefere me contar a verdade. Meu filho não tem medo de mim, confia em mim e sabe que estou do seu lado.

Talvez meu filho venha a me criticar algum dia. Talvez reclame do que fiz ou deixei de fazer. Talvez me culpe por seus problemas. Talvez venha a descobrir que sou permissiva demais. Talvez perceba que sou exigente demais. Ou de menos. Talvez se dê conta de que sou superprotetora. Talvez descubra em terapia que todos os traumas têm origem na mãe que tem. Talvez.

Eu só quero que um dia meu filho olhe para mim e perceba que eu tentei ser a melhor mãe que eu pude ser, que meu amor por ele é inquebrável e que tenho em mim todas as dúvidas e certezas do mundo, assim como ele.

Sobre a autora Todas as publicações

Giseli Rodrigues

Mãe do Lucas. Escritora. Professora. Revisora. Especialista em Letras, Recursos Humanos e Gestão Empresarial. Estudante de Psicologia. Chocólatra. Flamenguista. Pintora nas horas vagas. Bem-humorada. Feliz.

Deixe uma resposta

Your email address will not be published. Required fields are marked *