Infidelidade. A culpa é de quem?

Todos nós conhecemos alguma história de traição. Ou já vivenciamos uma. Todo dia mais uma história se revela. Numa revista feminina, num papo de salão de beleza, num almoço entre amigas, numa conversa familiar. Gente próxima e gente que você nem conhece sendo traída. Ao que parece, trair, enganar e mentir, infelizmente, fazem parte da vida desde que o mundo é mundo.

O que leva alguém a trair? Para viver experiências novas? Satisfazer o ego? Por que enjoou do parceiro(a)? Desejo de experiências sexuais? Verificar se ainda consegue conquistar alguém? Sentir o frisson de uma nova paixão? Não ama mais o companheiro(a) e não tem coragem de dizer? Cansou da rotina do relacionamento?

Nunca teremos respostas concretas sobre infidelidade, porque de tudo que li e já ouvi sobre o tema, algumas pessoas são, em sua essência, infiéis. Mentem com frieza e estão sempre em novos relacionamentos extraconjugais enquanto outras simplesmente se deixam envolver e sentem culpa depois. Não que a culpa amenize alguma coisa, mas há quem não ache errado enganar quem o ama.

Traição é uma escolha. Ninguém é obrigado a contratar um profissional do sexo ou se envolver com alguém do trabalho, por exemplo. As pessoas fazem essas escolhas, conscientemente, todos os dias. O problema é que os traídos vão ter que dar conta disso depois, embora não tenham tomado decisão nenhuma. O que fazer ao descobrir uma traição? Aceitar? Perdoar? Pagar na mesma moeda? Também não há respostas. Cada um vai escolher a opção que lhe convém. E não temos nada com isso, afinal.

O problema é que mesmo não tendo nada com a vida alheia, a tentação de se meter na vida dos outros é tão velha quanto a traição. As pessoas se metem sem terem sido chamadas. E, dia desses, li um post de uma dessas pessoas. Dizia, não lembro com quais palavras, que era engraçado ver a foto de casais, em que um deles se declarava, sabendo que a pessoa estava sendo traída.

Eu, sinceramente, não acho nada engraçado. A pessoa está ali apaixonada, faz de tudo pelo seu relacionamento, acredita que a fidelidade é recíproca e está sendo traída. Se bobear a amante ainda faz parte do perfil do companheiro e ri, acha graça e debocha. Como se fosse muito esperta e a outra idiota. Mas o que há de errado em confiar em quem se ama?

Então a minha crônica de hoje é para dizer que as pessoas traídas não são culpadas pelas mentiras que contam para elas, não são burras por acreditarem em seus companheiros, não são a causa, razão e motivo para que o companheiro(a) busca relações extraconjugais. A infidelidade é uma escolha que só denota a fraqueza de quem não consegue assumir de maneira verdadeira o relacionamento que tem.

Para terminar, você tem direito de rir de alguém que está sendo traído, fazer piada, ridicularizar. Mas não esqueça que um dia pode vir a ser motivo de piada também.

Crônica publicada no Amor Crônico em 23 de abril de 2018.

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Giseli Rodrigues

Mãe do Lucas. Escritora. Professora. Revisora. Especialista em Letras, Recursos Humanos e Gestão Empresarial. Estudante de Psicologia. Chocólatra. Flamenguista. Pintora nas horas vagas. Bem-humorada. Feliz.

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